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quarta-feira, 23 de setembro de 2015

estado, auto gestão, gestão compartilhada, gestão popular, espaço comum

ABRIL 2015

Auto gestão, gestão compartilhada, gestão popular, espaço comum? ESTADO?

Em São Paulo, diferentemente de BH, há a peculiaridade de termos o PT na prefeitura, isso é uma questão que torna a relação entre os coletivos e movimentos de esquerda delicada, até que ponto movimentos que conquistam uma organização horizontal e apartidária conseguem ou mesmo podem parceirizar com o Estado? Seriam capazes de sobreviver? Estão eles organizados o suficiente para tal?

Em SP as secretarias de Cultura e a nova dos Direitos Humanos tiveram ou ainda têm "ex ativistas" de movimentos ou coletivos de esquerda (muitos que estavam na rua ajudando a eleger Haddad em meio ao desespero de um possível segundo turno entre Russomano e Serra) incorporados ao "lado de lá" e isso mostrou um exemplo de como um governo dito de esquerda acaba sendo uma faca de dois gumes em relação a essa "nova" onda de mobilizações que, por essência, são autônomas (livre de parceirias publico-ou-privadas) e horizontais (todos líderes=sem líderes=democracia direta.). Isso não parece ser uma questão latente em BH nesse momento, quando por exemplo a pluralidade dos grupos de esquerda acabam encontrando um grito comum como o "fora Lacerda" (atual prefeito de BH) que tem o apoio inclusive de partidos de oposição, como o estranho PT.

Parece que a questão do enfraquecimento dos movimentos sociais com a chegada ao poder de partidos de "exquerda" é óbvia uma vez que os anseios autonomistas que desejam e já praticam outras formas de organização social/política em suas esferas micros (com influência cada vez mais nítida em esferas macro) não são possíveis de serem saciados através das ferramentas burocráticas que o sistema oferece (a secretaria de cultura em SP não tem WIFI (!)). "Não existe governo de esquerda dentro do sistema estatal", dizem uns, "Vamos ocupar o estado" sugerem os mais otimistas e, por consequencia, reformistas, isso tudo enquanto o Minha Casa Minha Vida, já no infeliz nome, pode ser lido como se a casa própria na periferia fosse o bastante para a garantir a "vida" do cidadao, como se só isso já "salvasse" as pessoas beneficiadas, que podem acabar encontrando na ascensão à classe média o sentido dessa Vida (alienada politicamente). A longo prazo esses macroprojetos como o Minha Casa Minha Vida, se não trabalhados caso a caso, terreno a terreno, família a família, me parecem que acabam por corroborar com um neoliberalismo despolitizante e conservador.

Faço parte do OPA (Organismo Parque Augusta) que luta para impedir a construção de prédios em um terreno de imensa especulação imobiliária. (Re)Nascemos pós Haddad e, ao mesmo tempo que o fato de Haddad estar no poder facilitou nossa insurgência, visto que a própria prefeitura estava nas ruas (pós junho) em meio a juventude e travestida de movimento social, para agir em nome de pautas de esquerda como a desmilitarização (a PM é PSDB em SP), percebo também a dificuldade de comunicação que as des-aparentes portas abertas que a prefeitura diz existir nos trazem, principalmente porque o que os movimentos novos como o OPA querem a prefeitura parece, mesmo que se quisesse, não ter como oferecer. Queremos mudanças estruturais, queremos explodir com leis retrógradas, queremos uma revolução macropolítica que se baseie numa progressão fractal micropolítica, e como fazer isso com um discurso que não quer o poder e muito menos pegar em armas?

Garantias como a sobrevivencia de zonas autônomas (espaços públicos com gestão direta expontânea da sociedade civil minimamente organizada vide o vão do viaduto Santa Tereza em BH, ou o Buraco da Minhoca em SP, e recentemente ocupações como a do cais Estelita ou do Parque Augusta e demais parques espalhados pelo país), o acesso irrestrito à informação (internet livre ao menos), o fim da especulação imobiliária parecem impossíveis de serem pleiteados dentro do sistema em que vivemos. Como pleitear uma mudança radical se o passo macropolítico corre mais do que as pernas e mesmo assim caminha a passos mais lentos quando a pauta é mudanças estruturais do que o conflituoso, porém prazeroso-utópico, ambiente de construção micropolítica horizontal e autônomo?

Por hora só uma saída, já sabida... o fortalecimento e embasamento da organização dos grupos autônomos, trabalho de base, a troca de saberes e de repertórios em ambientes conquistados por ações diretas micropolíticas, ocupações e criações desses "espaços comuns" e de outros termos carentes de difusão e conceituação mútua. Entender como o jogo funciona para subvertê-lo. Trabalho árduo que não dá vez à preguiça, ao menos não antes de criarem-se os espaços propícios para exercê-la criativamente.

Faça o teste, pergunte para as 10 primeiras pessoas que encontrar o que é, ou como funciona o ministério público... Não sabemos, ninguém sabe ao certo. Para tudo, o buraco é mais embaixo. "Vá com calma, mas vá" diria John Cage.

chance2

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